Como esta exposição procura demonstrar, o problema da escravatura e das suas condições análogas tem uma longa história, que aqui circunscrevemos do século XIX ao século XXI.
Cada história é uma história, com a sua particularidade geográfica, legal, social, política e ideológica. Nestas, os mesmos nomes quiseram transmitir realidades diferentes, conceitos diferenciados encerraram uma continuidade visível. Tratam-se de histórias de sofrimento que marcaram o nosso passado, enquanto país, enquanto império e como parte de uma mesma humanidade que muitos, no passado mas também no presente, tentaram e tentam hierarquizar. A escravatura e modalidades associadas enformaram, pois, um processo histórico de uma enorme longevidade, gerando profundas disputas enquanto realidade social e política mas também enquanto objeto historiográfico. Disputas que continuarão, também, enquanto manifestações entre visões diferentes da sociedade acerca do lugar do “direito sobre si mesmo”, não necessariamente sob a forma clássica da representação da escravatura. E, também, enquanto elemento de reflexão sobre o passado e acerca da forma como este incorre no presente.