Todas estas figuras desempenharam o seu papel em torno da história da disputa do “direito do Homem sobre si mesmo”.
Não esgotam os vários protagonistas desta história. Nem podem, de modo algum, permitir ignorar que foram os milhões de mulheres e homens, crianças e idosos, sofrendo todo o tipo de violências, afastados à força das suas famílias e locais de origem, os principais sujeitos e atores deste longo processo histórico. Transformados em “propriedade”, amiúde em simples carga, milhões de africanos viram-lhes sonegados os seus mais elementares direitos. Não se trata apenas de vítimas, não só porque africanos houve que se envolveram no tráfico, mas porque nunca lhes foi apagada a capacidade de se ajustarem, colaborarem ou resistirem a este “sistema”. Além dos milhões de escravos e seus descendentes, figuras centrais nesta dinâmica histórica desumana, a escravatura enquanto sistema de posse e troca abalou o quotidiano de todos aqueles que, no continente africano, sofreram com as pressões económicas, sociais, políticas e militares introduzidas ou intensificadas pelo “odioso comércio”.